ESTABILIZAÇÃO DE RECALQUES EM SOLOS MOLES

Quando o carregamento a ser imposto não for suportado pelo solo, como no caso das camadas de solos moles, faz-se necessário uma intervenção. Uma alternativa é a execução de inclusões rígidas no solo como sistema de melhoramento.

Solo Compósito - é uma técnica de melhoramento de solo, que além de transferir cargas desde a fundação para camadas de solo competente, melhora as características de resistência ao cisalhamento e deformação em camadas moles e muito moles do solo. A técnica aumenta a rigidez do solo, reduzindo os recalques totais e diferenciais, distribuindo a carga da estrutura entre o solo, agora mais rígido e as colunas. A introdução de geodrenos como meio drenante artificial imposto, isto é, adensamento de colunas de solo-cimento com drenos ao seu redor, acelera o processo. O solo com suas características de rigidez melhoradas, com o sistema solo melhorado/colunas de solo cimento, se comporta como um solo compósito.

Vantagens

• Redução da deformabilidade do solo, com altos níveis de rigidez e capacidade de carga.
• Boa adaptação a altos carregamentos superficiais e diversos requisitos de recalque.
• Ambientalmente amigável, pois não há bota-fora na execução do Solo Compósito.
• Alto rendimento executivo com a utilização de uma única equipe/equipamento.
• Aplicação em todo tipo de solo, incluindo compressível e orgânico (turfa).
• O processo de executivo não produz vibrações ou danos às camadas superficiais, permitindo trabalhar em áreas adjacentes a estruturas sensíveis como fundações, pontes e edificações.

Poliuretano Estrutural

Quando se tratar de pequenas profundidades que se recalcaram por vazados ou má compactação do solo, a injeção de Poliuretano Estrutural PUE é recomendável. Sua densidade é mais elevada, é bi-componente e chega a 6 MPa.

Injeção de Resina Geo-Expansiva Estrutural no Solo

Nos últimos anos temos registrado crescente aparecimento de casos de patologias derivadas da movimentação e assentamento de estruturas, devido a uma série de processos no solo ligados a causas antrópicas ou naturais, levando a comunidade geotécnica a um especial interesse nas argilas expansivas.

A utilização de injeções de resinas geo-expansivas estruturais (IRGEE) supõe, frente aos métodos convencionais, uma técnica rápida, limpa e de baixa invasividade. Estas injeções estão destinadas a consolidação do solo de fundação, eliminando deformações irreversíveis, devido a falta de compacidade do mesmo, fenômenos expansivos produzidos pela variação do nível do lençol freático, vazios subsuperficiais no solo, entre outros.

A intervenção com IRGEE prevê o melhoramento das características geotécnicas e a homogeneização, em termos de resistência geomecânicas, do solo de fundação, de modo que a resistência imposta seja suficiente para absorver as tensões transmitidas e anular futuros recalques diferenciais de estruturas portantes.

Os resultados obtidos são, principalmente, o incremento das tensões horizontais e verticais em regime elasto-plástico. Tal incremento se traduz em um aumento das tensões efetivas mediante a drenagem da poropressão. A expansão da resina induz, entre outros, à recuperação de todos os pontos de descarga da fundação.

A baixa viscosidade da resina injetada aperfeiçoa a correta distribuição dos esforços no solo de fundação, exatamente nos pontos que oferecem menor resistência realizando, assim, uma uniformização de sua rigidez nas variadas camadas, compactando igualmente fundações desagregadas e recuperando-as.

Solos

Do ponto de vista litológico, os solos onde se produzem os melhores resultados são todos aqueles do tipo coesivo ou semi-coesivo: turfas, argilas orgânicas, argilas siltosas e siltes; incluindo aí, os solos arenosos fofos, onde as características de plasticidade são, em geral, de menor resistência à compressão, permitindo a maior facilidade de ingresso da resina e sua máxima expansão até obter um máximo grau de compactação para todos os extratos do solo de fundação.

As injeções efetuadas formam um bulbo de injeção que desloca o solo, comprimindo-o e compactando-o, melhorando suas características de rigidez, resistência ao cisalhamento e compressibilidade. Um efeito colateral secundário desta intervenção, mas igualmente importante, é a impermeabilização de toda área tratada, evitando assim futuros assentamentos em solos coesivos, onde a variação do lençol freático afeta diretamente seu potencial expansivo.

A consolidação é realizada aproveitando a característica principal da resina, sua expansividade controlada, que produz no solo uma ação lenta e contínua, alcançando pressões teóricas de 2MPa, enquanto que a aplicação de pressões elevadas de argamassas cimentícias induz a ações dinâmicas incompatíveis com a matriz de solo, influenciando negativamente sobre a dissipação da poropressão e, portanto, sobre a durabilidade dos efeitos impostos.